Estimativas apontam que cerca de 97% dos meninos nascem com fimose. Para detectar o problema, basta puxar a pele que recobre a cabeça do pênis. Quando não é possível expor a cabeça do órgão sexual, caracteriza-se a fimose. Dificuldade de higienização, maior probabilidade de infecções locais e infecções urinárias nas crianças são algumas das consequências da fimose.
Esse número cai para cerca de 10% aos 3 anos de idade e gira em torno de 1 a 3% nos adolescentes.
“A fimose pode gerar dificuldade de higienização da cabeça do pênis, facilitando infecções locais e infecções urinárias nas crianças”.
Casos extremos de fimose, com anel muito estreito, podem causar dificuldade para urinar, ocorrendo a micção por balonamento, ou seja, a urina fica retida na bolsa de prepúcio para depois ser expelida para o meio externo.
Já nos adultos, a fimose pode levar a incômodo e lesões durante a ereção e a relação sexual, atrapalhando a própria atividade sexual”, explica o urologista Davi Abe, médico assistente da Urologia do Hospital Santa Marcelina, em São Paulo.
Na maior parte dos casos não é necessário qualquer tratamento, a fimose melhora espontaneamente. Entretanto, há casos em que a pele que envolve a cabeça do pênis é bastante fechada e com tecido cicatricial. Outras vezes a criança desenvolve inflamações de repetição e infecção urinária.
“O tratamento inicial, na maioria das vezes, é o uso de pomadas à base de corticoides como a betametasona a 0,1%, que resolve cerca de 80% dos casos. Se não resolver, a cirurgia se faz necessária.
Em situações em que a pele é muito fibrosada ou em grandes dilatações renais, pelo risco de infecção urinária, a cirurgia pode ser indicada antes mesmo do uso de pomada”, afirma Ubirajara Barroso, chefe do Serviço e Disciplina de Urologia da Universidade Federal da Bahia.
Doenças sexualmente transmissíveis
A fimose faz parte do desenvolvimento da criança, sendo o descolamento do prepúcio um processo natural. Deve-se lavar o órgão apenas com água e sabão e evitar uso de papel toalha e cotonetes.
“A melhor forma de prevenir a cirurgia é evitar as manobras forçadas para a retração da pele do pênis. Isso fere a pele, provocando irritação, podendo acarretar cicatrização exagerada e piorar a fimose”, aconselha Barroso.
Ao contrário do que se pensa, a cirurgia para correção da fimose não impede a sensibilidade do pênis.
O procedimento diminui o risco de transmissão do vírus HIV e de algumas DST’s, além de reduzir a chance de infecção urinária.
Fonte: Portal da Urologia