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Xixi na cama: um problema de saúde ignorado, escondido e mal tratado.

Além de atrapalhar a rotina da família, a enurese noturna – o famoso xixi na cama – pode prejudicar a autoestima da criança. Saiba como lidar com o problema e entenda por que o seu filho não tem culpa nenhuma nisso.

enurese noturna xixi na cama

Segundo dados da Sociedade Internacional de Continência Infantil, referência mundial na área, 10% de crianças aos 6 anos têm enurese noturna primária monossintomática, como é chamado o vazamento do xixi durante a noite, duas ou mais vezes por mês. Vale lembrar que, antes dos 5 anos, é considerado um escape normal. A condição diminui com o passar do tempo e apenas 5% das crianças continuam molhando o colchão aos 10.

Uma das causas do problema é a herança genética. Se o pai ou a mãe fez xixi na cama após os 5 anos, o filho tem 40% de chance de apresentar a enurese também. Se os dois tiveram, o número sobe para 60%. Mas a genética por si só não explica o problema. É preciso uma análise multifatorial para excluir questões que podem resultar no vazamento noturno rotineiro da urina.

O pediatra e/ou urologista é geralmente quem descobre a enurese, depois da desconfiança dos pais, claro. Ele pode pedir alguns exames clínicos e laboratoriais que mostrem o tamanho da bexiga (que é ou age como se fosse menor, expelindo mais vezes) e se há produção excessiva de urina no período da noite. A dificuldade de acordar mesmo com a bexiga cheia e a própria maturidade da criança sobre o controle da saída da urina também são levados em conta.Faz parte da investigação considerar questões psicoemocionais, Pois, a criança pode responder a agravos emocionais com alterações de suas funções fisiológicas – apetite, vômitos, diarreia, urina.

xixi na cama angelo campos

Se é muito difícil para os pais enfrentar a enurese dos filhos, pois envolve toda a rotina da família, saiba que, para a criança, a situação também não é nada fácil e pode comprometer, inclusive, a vida social dela. Dormir na casa do amigo ou viajar com a turma? Nem pensar. É um ciclo: a criança vê que está dando trabalho, é repreendida ou comparada com outras crianças, e isso mexe com a autoestima dela. Por isso, o acompanhamento psicológico ajuda e muito, ao lado da compreensão e amor dos pais.

uropediatria angelo campos

Já para quem deseja ir além das medidas comportamentais há ao menos duas possibilidades, que podem ser prescritas pelo especialista que acompanha a criança. Uma delas é um medicamento antidiurético que inibe a produção de urina à noite. A outra saída é o tratamento com um alarme específico para casos de enurese. O acessório tem um sensor, que fica perto da cueca ou calcinha e é ligado por fio a um alarme sonoro. Ao sentir as primeiras gotas, o som dispara, despertando a criança.

Se por um lado é ineficaz – e nocivo – exigir um nível de desenvolvimento para o qual a criança não está preparada, por outro é preciso ajudá-la nesse amadurecimento. Os pais que não conversam com o filho que sofre de enurese – e, em vez disso, apenas o levam ao banheiro ou trocam suas roupas enquanto ele ainda dorme – perdem a oportunidade de transmitir o senso de responsabilidade para uma função que é da criança. Mas, além do diálogo, empatia e paciência são uma dupla fundamental para a criança passar com serenidade por esse desafio em sua vida.

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