Hipospádia

Hipospádia

 

A hipospádia, caracterizada pela falha na formação da uretra, deve ocorrer por eventual bloqueio do estímulo hormonal descrito, falha de receptores hormonais periféricos no pênis ou mesmo por administração de progesterona durante a gestação, situação essa que ocorre na fertilização assistida.

É uma das mais comuns anomalias congênitas no sexo masculino, sendo definida como hipoplasia no desenvolvimento da circunferência ventral do pênis e assim a uretra é incompleta, não terminando exatamente na extremidade do pênis.

O desenvolvimento peniano termina na 14ª semana de vida intra-uterina: a gonadotrofina coriônica placentária (hormônio) estimula os testículos a produzir testosterona, a qual desdobra-se em dihidrotestoterona que é hormônio ativo para atuar na formação do pênis.

A incidência da hipospádia é variável entre 1 para 300 e 1 para 1000 nascimentos, aumentando em 1 para 80/100 quando existe história familiar.

 

Causas

A etiologia é discutível, dentre as causas abaixo enumeradas:

Fatores endócrinos e genéticos – A incidência de recém-nascidos com reprodução assistida in vitro é cinco vezes maior que a população normal, podendo estar relacionada à administração materna de progesterona ou anomalias fetais.

Fatores ambientais – Contato materno com substâncias que contêm produtos de estrógenos, água, pesticidas e fungicidas.

 

Classificação

Muitas classificações de hipospádia foram publicadas, de acordo com a posição do meato uretral; são descritas classificações com aspectos mais práticos, que envolvem mesmo a escolha da técnica cirúrgica.

 

  • Hipospádias distais – A uretra termina próximo da extremidade.
  • Hipospádias penianas – Uretra abre no meio do pênis.
  • Hipospádias proximais – Abertura próxima da base do pênis.

 

Avaliação clínica

É recomendável que a criança com hipospádia seja examinada logo ao nascer ou no máximo nas primeiras semanas de vida, visando também diminuir a ansiedade dos pais. Deve ser feito histórico sobre antecedentes maternos na gestação quanto à administração de hormônios, medicamentos, além do histórico familiar.

 

O exame físico demonstrando a presença de testículos na bolsa escrotal pode excluir formas de pseudo-hermafroditisimo. Criptorquidia unilateral (ausência de testículo palpável) com hipospádia proximal deve necessariamente exigir investigação para afastar possíveis estados intersexuais ou síndromes sistêmicas.

 

A avaliação do tamanho do pênis, da posição do meato uretral, presença de curvatura ventral, aspecto da glande e quantidade de pele prepucial é importante na definição da reconstrução cirúrgica. Eles devem ser relatados ao médico e explicados assim como os pais devem ser informados de que a patologia não é rara, que seu filho não é o único com tal problema e que atualmente a hipospádia é bem conhecida pelo cirurgião, o qual poderá abordá-lo com sucesso na época adequada. Essas crianças devem retornar à avaliação clínica com 6 a 12 meses de idade, em raros casos poderá ser administrado hormônio (testosterona), três meses antes da cirurgia, com a finalidade de aumentar o pênis, facilitando o ato cirúrgico.

 

Reconstrução cirúrgica (hipospádia)

Os objetivos da correção cirúrgica da hipospádia estão abaixo relacionados:

  • Reposição do meato uretral na extremidade do pênis.
  • Reconstrução simétrica da glande e uretra.
  • Retificação completa do pênis, corrigindo eventual curvatura.
  • Neouretra (novo canal da urina) com calibre uniforme e sem pelos.
  • Micção e ereção normais.

 

Fonte: https://www.hospitalsiriolibanes.org.br/